Atual locutor do estádio da Portuguesa Santista narrou o gol 1000 de Pelé
O Rei acumulou, ao longo de sua carreira, diversas histórias com os times que, hoje, compõem o futebol paulista além da elite — e o ESCANTEIO SP faz uma coletânea delas, em homenagem ao eterno Edson Arantes do Nascimento
Maior jogador de futebol de todos os tempos, Pelé morreu nesta quinta-feira (29), aos 82 anos, após longa luta contra o câncer de cólon. O Rei acumulou, ao longo de sua carreira, diversas histórias com os times que, hoje, compõem o futebol paulista além da elite — e o ESCANTEIO SP faz uma coletânea delas, em homenagem ao eterno Edson Arantes do Nascimento.
Neste texto, você vai conferir como a ligação entre o Atleta do Século e a Portuguesa Santista perdura até hoje — na figura de um histórico e lendário jornalista.
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Pelé tem uma ligação óbvia com a Portuguesa Santista. Não só por ter disputado inúmeros clássicos contra a Briosa — inclusive, marcando 19 gols —, como por, evidentemente, ser ídolo supremo do maior rival da equipe, o Santos.
Mas há um outro vínculo. Pelé não joga mais, a Briosa não disputa mais os mesmos campeonatos que o Peixe... Porém, em Ulrico Mursa, há um cantinho que vive e transmite a energia de Edson Arantes do Nascimento. E esse cantinho tem nome, sobrenome e um baita de um currículo: Walter Dias.
Quem chega em Ulrico Mursa já reconhece, logo de cara, a voz que dá o tom do estádio. Seja para anunciar escalação, informações da peleja e/ou demais recados, todos sabem que é Walter Dias que está lá, ao lado da lanchonete oficial do clube e abaixo das arquibancadas cobertas.
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Walter não só é a voz oficial — há um bom tempo — do estádio, como também é a locução mais famosa do Brasil.
Walter foi repórter e narrador dos áureos tempos do Santos de Pelé. Colabora com a Portuguesa Santista, seu time de coração — como dedicado e apaixonado locutor —, claro. Mas o jornalista está mais marcado por ter acompanhado centenas de gols de Pelé — inclusive o milésimo.
Naquele 19 de novembro de 1969, uma quarta-feira, Walter era o único narrador de Santos nas tribunas de imprensa do Maracanã. Representando a Rádio Cacique, notou, em entrevista ao Lance!, uma certa apreensão do Rei bater o pênalti.
"Haja vista que ele (Pelé) fez o gol de pênalti. Ele que tantos gols maravilhosos fez na carreira, poderia ter saído o milésimo em uma bola em movimento, mas foi uma bola parada, em cobrança de pênalti que, na minha opinião, acho que ele não queria bater", contou à ocasião.
O Atleta do Século pode ter deixado o plano físico nesta quinta-feira (29), mas está imortalizado nos autos do futebol. Em Ulrico Mursa, Pelé continuará ali, presente, até mesmo depois de Walter não mais ocupar o posto da cabine de som no estádio da Briosa. No cantinho deles.