Gallo escancara situação do São Caetano e revela choro de jogador por necessidades da família
Após deixar o São Caetano momentos depois do título do Campeonato Paulista da Série A2, há quase três semanas, Alexandre Gallo voltou a comentar a situação lamentável que vive o Azulão internamente em entrevista à Rádio Bandeirantes.
“Estava inviável de ficar lá, impossível. Ano que vem faço quarenta anos de futebol ininterruptos e todos os problemas que existem dentro do futebol eu achei no São Caetano. Esse período foi muito complicado e agradeço aos atletas porque eles foram guerreiros”, disse.
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“Nós tivemos jogadores que desistiram no meio do caminho, famílias indo no treino com muitas dificuldades... Dificuldades de alimentação, inclusive. Os familiares iam para o treino reclamar. Esse momento foi duro para o clube”, acrescentou.
Alexandre Gallo ainda revelou que se Saul Klein, que investiu no São Caetano ativamente durante os melhores momentos do clube em sua história, não tivesse ajudado, os jogadores não teriam nem como viajar para as partidas. Hoje, Saul é acionista majoritário da Ferroviária.
“Se não é o doutor Saul Klein, que não tem mais nada a ver com o clube e continuava a pagar algumas situações como a própria alimentação e viagens, não teríamos condições de nada. Ele ajudou sem ter a necessidade. Se não fosse ele, não teríamos condições nem de ir para as viagens. É triste falar de uma situação dessas, mas talvez seja o pior momento da história do São Caetano”, disse.
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Por fim, Alexandre Gallo revelou o choro de um jogador no vestiário ainda na parte pré-paralisação da pandemia após uma cobrança por melhor desempenho em uma partida. O atacante Jean Dias, que já tinha alguns meses de salários atrasados, chegou a rebater o treinador dizendo que não poderia estar focado se sua família passa necessidades. Uma semana depois, o jogador abandonou o Azulão.
“Teve um atleta que até acabou saindo do São Caetano, o Jean, que foi para o Criciúma. Nós tínhamos vindo de uma derrota para o Taubaté e houve aquela conversa no pós-jogo. Queria entender o motivo de o time ter uma baixa na sua entrega física e técnica. Fui fazer uma cobrança natural de jogo", contou Gallo.
“O Jean levantou a mão, ainda me interpelando na minha fala inicial e disse: ‘Professor, vou te falar uma coisa. Não adianta a gente estar concentrado e ter comida para almoçar e lanche à noite se nossa família não tem o que comer’. E começou a chorar. Outros relataram a mesma situação”, finalizou.