Série A1 retoma treinos, enquanto clubes das Séries A2 e A3 esperam nova reunião com a FPF há dois meses

Enquanto a maioria dos clubes do Campeonato Paulista da Série A1 retomaram os treinos presenciais na última quarta-feira, as equipes das Séries A2 e A3 aguardam uma nova reunião com a Federação Paulista de Futebol (FPF) há mais de dois meses. O último encontro entre times e a entidade aconteceu em 17 de abril, quando ficou decidido que as competições serão encerradas dentro de campo.

De lá para cá, clubes das Séries A2 e A3 não voltaram a se encontrar. Mas, através de entrevistas, Reinaldo Carneiro Bastos deu um norte do que pretende fazer para as divisões inferiores, conforme revelou Gilsinho, presidente do Taubaté, em entrevista ao Escanteio SP.

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“O que nos foi passado é que começaria a Série A1 e ela serviria como laboratório. Dando tudo certo na Série A1 em treinos e jogos, recomeçaria o campeonato nas Séries A2 e A3. Estamos no aguardo”, disse Gilsinho.

Polêmica na A3 e A2 sem rebaixamento

Clubes aguardam por nova reunião - Foto: Divulgação/FPF

 

Na Série A3, a situação é mais complicada e gerou polêmica. Noroeste e EC São Bernardo chegaram a defender o fim da competição e o consequente acesso direto por serem os líderes. O time de Bauru, porém, mudou de ideia após uma troca na presidência e agora defende o fim da competição em campo, assim como a maioria dos outros clubes da competição.

“O Noroeste entrou em um recesso. Hoje o clube se encontra fechado, mas aguardamos uma posição da Federação. Como não temos um tempo previsto para a retomada da competição, nós decidimos fechar o clube até uma posição da Federação”, disse Leandro Palma, presidente em exercício do clube, em entrevista ao W Sports.

Como faltam quatro rodadas para o fim da Série A3 e a briga pelo rebaixamento está acirrada, nenhuma equipe se manifestou favoravelmente ao cancelamento do descenso, diferentemente da Série A2, onde o presidente do lanterna Votuporanguense, Marcelo Stringari, disse que cogita até acionar o fair play financeiro para evitar o rebaixamento da equipe.

Vice-lanterna, o Penapolense chegou a dizer que não entraria mais em campo no restante do ano, mas voltou atrás e colocou nas mãos da FPF tanto o retorno aos gramados quanto o fim do rebaixamento.

Durante os meses de parada, os demais clubes da Série A2 se mostraram sensibilizados com as situações de Penapolense e Votuporanguense, que precisariam recontratar jogadores para atuar em apenas três jogos. Deste modo, o cancelamento do descenso para esta temporada ganha força e deve ser debatido na próxima reunião com a entidade.

Ajuda com testes e uma nova reunião

Séries A2 e A3 foram paralisadas oficialmente em 17 de março - Foto: Divulgação/FPF

 

Com a paralisação das Séries A2 e A3 chegando a quatro meses, os clubes seguem sem receber parte da cota da FPF e tiveram uma perda substancial no patrocínio. São Bento, Comercial e Portuguesa, por exemplo, fizeram ações de marketing e eventos para conseguir manter o fôlego financeiro. O Noroeste, por sua vez, não agiu e sua receita hoje está praticamente zerada. Torcedores do clube até mobilizaram a cidade de Bauru e criaram uma “vakinha” para ajudar os funcionários.

Precisando desembolsar ainda mais dinheiro para recontratar os jogadores quando a FPF marcar uma data de retorno das Séries A2 e A3, os clubes dificilmente terão condições de arcar com os testes da Covid-19 para elenco, comissão técnica e outros funcionários.

 “A gente vai esperar como vai ser a reunião com os demais presidentes para ver se vai ter algum tipo de ajuda ou auxílio para a gente conseguir fazer os testes. A gente está no aguardo de uma reunião com a FPF para saber quais vão ser os critérios para os clubes da Série A2, como vai ser o protocolo e se vai ser o mesmo da Série A1”, disse Gilsinho, presidente do Taubaté.

De qualquer forma, com a Série A1 retomando suas atividades, clubes das Séries A2 e A3 devem se reunir com a Federação Paulista de Futebol (FPF) nas próximas semanas para definir o rumo do campeonato.