Sem definir protocolo e cota, FPF não custeará testes de Covid-19 no Paulista de 2021 e preocupa clubes
Os clubes paulistas terão que arcar com um gasto extra em 2021. Isso porque a Federação Paulista de Futebol (FPF), a princípio, não bancará os testes de Covid-19 nas competições profissionais que organizará na próxima temporada.
Na última temporada, a FPF custeou 38 rodadas de testes de Covid-19 para as equipes que disputaram as Séries A2 e A3. Em 2021, porém, todos os clubes que participarem de torneios organizados pela entidade terão que arcar com as testagens.
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Com a Série A2 marcada para 28 de fevereiro, os times começarão a se apresentar em janeiro, alguns já na segunda semana do mês. A FPF, entretanto, ainda não elaborou o protocolo sanitário que será seguido pelas equipes.
O Escanteio SP apurou que o protocolo será feito apenas perto do início das competições, junto ao Centro de Contingência do Coronavírus do Estado de São Paulo e ao Comitê Médico da Federação Paulista de Futebol. Portanto, a princípio, o método utilizado durante o mês de janeiro fica a cargo dos próprios clubes.
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Indefinição preocupa clubes da A2
O atraso na elaboração do protocolo gerou preocupação e descontentamento entre os clubes, que dependem das informações dos testes para o planejamento financeiro da próxima temporada. A FPF, inclusive, ainda não informou às equipes quais serão as cotas de transmissão repassadas para a Série A2, conforme apurou o Escanteio SP.
Em contato com a reportagem, o presidente do Rio Claro, Dayvid Medeiros, disse que o custo com os testes será significativo e que a indefinição, apesar de compreensível, preocupa a diretoria.
"Temos que nos adequar e levar em conta os gastos com os testes, que irão afetar muito o nosso planejamento, tendo em vista que será um custo alto para o clube durante o campeonato e vamos ter que economizar em outras situações para adequar o nosso orçamento. Ficamos preocupados porque em janeiro já vamos ter que marcar a apresentação e já seria bom iniciar com o protocolo definido para fazer um planejamento só, mas também entendemos que como a FPF também depende do Comitê da Saúde do Estado, eles devem estar aguardando a posições deles", contou.
O presidente do Monte Azul, Marcelo Cardoso, pontuou que ainda não é possível mensurar os gastos, já que ainda não se sabe quantos testes serão feitos e quais serão as exigências da FPF.
"Será um custo a mais né, teremos que se virar para arcar com mais esse custo, pois não temos outra saída. Ainda não temos a informação da FPF quanto ao protocolo, ou seja, não sabemos ainda quantos exames teremos que fazer durante a competição para levantarmos esse custo", disse.
Já Gilson Rezende, presidente do Taubaté, ainda espera que a FPF reveja a ideia e ajude as equipes com as testagens.
"A gente espera que haja um bom senso para que eles sejam responsáveis por isso. Estamos em uma temporada sem presença de torcida, com gastos normais de doping e montagem de elenco, e se adicionar os custos com os testes, que são fundamentais, ficará muito difícil para maioria dos clubes", declarou.
Outra preocupação levantada pelos clubes foi o rigor com a aplicação e fiscalização deste novo protocolo. "Cada clube vai querer fazer o menor número possivel de testes pra gastar o mínimo possível. E aí... perigo danado", disse uma fonte à reportagem.
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Comercial pede adiamento da A3
A indefinição também aflinge os clubes que disputam a Série A3. O Comercial sugeriu à FPF o adiamento da competição, que tem seu início marcado para o dia 7 de março. O movimento pode ser seguido por outras equipes.
“Sugeri ao presidente da Federação que adiasse o campeonato, caso não tivéssemos público, mas ele achou que não é possível, pois não tem datas para isso. Falei para ele que vários clubes vão passar dificuldades. Outra coisa é que antes a FPF pagava os exames da Covid-19, mas no próximo campeonato não vão pagar, então o Comercial terá que bancar isso também em todas as semanas”, disse o presidente Ademir Chiari ao ge.
Os clubes das Séries A2 e A3 têm se preocupado muito com a questão financeira. No Conselho Técnico da A3, por exemplo, foi cogitado a regionalização da competição, dividindo os 16 clubes em dois grupos, mas a maioria foi contra. A intenção de algumas equipes, como Rio Preto e Votuporanguense, era diminuir os gastos com viagens.
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