Por que o Juventus não perde como visitante, mas não vence em casa?
Jogar em casa geralmente trás melhores resultados. Apoio da torcida, melhor conhecimento do gramado e deslocamento do adversário tendem a favorecer o time local.
Isso não tem acontecido com o Juventus nesta temporada. No Campeonato Paulista Série A2, o Moleque Travesso é um dos melhores visitantes, mas tem aproveitamento de candidato ao rebaixamento em casa.
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Longe de seu estádio, o Juventus soma duas vitórias e dois empates, conquistando oito pontos de 12 disputados. Em casa, são três derrotas, um empate e apenas uma vitória, somando quatro pontos de 15 disputados.
A explicação para isso é tática. O técnico Alex Alves identificou o problema, mas ainda busca a solução ideal. "A gente impôs respeito aos adversários, que sabem que, se vierem jogar e atacar nosso time em casa, vão sofrer. A gente já sabe que os caras vão vir jogar por uma bola", disse o treinador após a derrota para o São Bernardo no último domingo.
Dificuldade no ataque
O Juventus vem enfrentado retrancas nos jogos na Rua Javari nesta temporada e não tem conseguido superá-las. Isso se deve ao estilo de jogo da equipe, que conta com a velocidade do ataque para marcar gols, já que seu principal atacante de área, Reis, perdeu muitos jogos por lesão. Contra uma defesa recuada, o time não consegue explorar o passe em profundidade, que resultou na maioria dos gols do clube em 2020.
Isso também explica o bom desempenho fora de casa. Enfrentando times com marcação mais avançada, o Juventus utilizou a velocidade e o passe por entre a defesa para sair de campo com a vitória, como aconteceu na vitória por 2 a 0 diante do Taubaté na casa do Burro.
Veja os gols feitos por Léo Castro na vitória do Juventus para cima do Taubaté!
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Na Rua Javari, isso não acontece. Nas derrotas para São Caetano (1x3), XV de Piracicaba (0x1) e São Bernardo (0x1), a equipe da Mooca enfrentou defesas recuadas, que forçam o time a tentar jogadas individuais ou cruzamentos, explorando a desvantagem física do ataque. Por consequência, foram os piores jogos dos atacantes juventinos, que pouco produziram.
A única vitória do Moleque Travesso em casa foi diante do Audax, que avançou a marcação e acabou derrotado. Léo Castro abriu o placar em contra-ataque em velocidade, enquanto Mazola fechou o placar após lançamento nas costas da defesa. Nota-se que o artilheiro Léo Castro, dono de sete gols no ano, é letal recebendo a bola longa, mas tem dificuldades em criar oportunidades em jogadas individuais.
Dificuldade na defesa
Os problemas do Juventus em casa não se resumem ao ataque. Tentando furar as retrancas adversárias, o time se lança ao ataque, avança a marcação e acaba deixando a defesa vulnerável ao contra-golpe. Com isso, os adversários podem explorar a principal deficiência do time: a falta de velocidade na recomposição.
O meio-campo titular da equipe, com Alê, Cristian e Gil, é bastante ofensivo. Alê, inclusive, é o único volante de marcação da equipe. Além disso, os laterais Thiaguinho e Paulo Henrique são importantes no apoio e sobem ao ataque sempre que possível. A soma desses fatores deixa a defesa exposta aos contra-ataques adversários.
Na derrota para o São Caetano, o Juventus sofreu dois dos três gols em jogadas rápidas em contra-ataque. Contra o São Bernardo, o gol da vitória adversária surgiu após perda de bola no meio campo, pegando a defesa desprevenida.
Veja o gol de Douglas Silva, que garantiu a vitória do São Bernardo para cima do Juventus na Rua Javari.
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Fora de casa isso não tem acontecido. Contra equipes mais ofensivas, os laterais juventinos apoiam um pouco menos e a marcação fica mais recuada. Com isso, em vez de passes em profundidade, os ataques precisam explorar a bola aérea ou a jogada individual, nas quais Robson e Diego Sacomam geralmente levam a melhor.