O que foi feito em dois meses de paralisação da Série A2?

O Campeonato Paulista Série A2 completa neste domingo dois meses de paralisação por conta da pandemia da Covid-19. Sem jogos, os times perderam receitas de patrocínio e transmissão e tiveram que se adaptar à nova realidade financeira.

Com um mês de paralisação, a Federação Paulista de Futebol e os clubes da Série A2 definiram que a competição será encerrada em campo. No entanto, ainda não há data uma data planejada para a retomada, que, segundo a FPF, será decidida em nova videoconferência e seguirá as determinações das autoridades de saúde. Desde então, não houve uma nova reunião oficial entre clubes e Federação.

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Veja a seguir o que aconteceu com cada clube durante os dois meses de paralisação:

Atibaia – 11º, 14 pontos

Em abril, o presidente Alexandre Barbosa disse que vai manter a maioria dos atletas do elenco e ainda fortalecê-lo com o objetivo de chegar à fase final. Uma das renovações em negociação é a do meia Judson, eleito para a Seleção do Escanteio. O meia de 27 anos, cujo contrato venceu em 10 de maio, revelou ao Escanteio SP que está em negociação avançada para assinar novo contrato até o fim do campeonato.

Audax – 10º, 15 pontos

Ao contrário da maioria dos clubes, o Audax vive situação mais confortável: a maioria dos atletas tem contrato longo e, portanto, o elenco se manteve. Além disso, o clube de Osasco fez acordos com os jogadores cujos contratos venceriam em abril ou maio. Com base na CLT, o Audax reduziu em 25% o salário dos jogadores e demais funcionários.

Juventus – 7º, 18 pontos

No final de abril, o elenco propôs à diretoria a renovação dos contratos com redução salarial para R$ 1045,00. Dessa forma, os jogadores continuariam empregados, recebendo o salário mínimo, e o clube manteria o elenco até o final da Série A2. A direção do clube, porém, ainda não aceitou ou recusou oficialmente a proposta. Independentemente disso, o artilheiro Léo Castro, que estava emprestado ao clube pela Ferroviária, dificilmente ficará no Juventus.

Monte Azul – 4º, 19 pontos

O Monte Azul, que completou 100 anos de existência durante a paralisação, sofreu uma perda importante: o artilheiro Marcos Paulo se transferiu ao Boa Esporte-MG. O atacante marcou oito gols em 12 jogos na Série A2, sendo o vice-artilheiro da competição. Outro atleta que recebeu sondagens para deixar o Monte Azul é o lateral-direito Ferrugem, que pretende continuar no clube.

Penapolense – 15º, 9 pontos

O Penapolense teve apenas quatro contratos expirados até maio. Todo o restante do elenco tem contrato até pelo menos o final do semestre e alguns até o fim do ano. O clube ainda não divulgou nenhuma medida de manutenção ou renovação do elenco.

Portuguesa – 8ª, 18 pontos

A Lusa tem trabalhado para manter a maioria do elenco que disputou a Série A2 até agora. Segundo o técnico Fernando Marchiori, o clube procurou os jogadores para a assinatura de pré-contratos. Para manter jogadores emprestados, como o zagueiro Raniele, que pertence à Ferroviária, a Portuguesa terá mais dificuldade. Além disso, o clube do Canindé acertou a contratação do atacante Anselmo, campeão da Série A2 de 2019 pelo Santo André.

Portuguesa Santista – 3ª, 20 pontos

Com problemas financeiros por conta da paralisação, a Portuguesa Santista não renovou com os atletas cujos contratos terminaram em abril ou maio, o que corresponde à grande maioria do elenco. O técnico Sérgio Guedes, dono do trabalho mais duradouro do futebol paulista, também está sem contrato. Só permaneceram na Briosa os atletas com contrato mais longo, como os meias Galego e Gabriel Terra.

Red Bull Brasil – 14º, 10 pontos

Por ser um time B do Red Bull Bragantino, com jogadores sub-23, o Red Bull Brasil não tem problemas de elenco no momento: todos os jogadores têm contrato até pelo menos o final de 2020 e alguns até 2021.

Rio Claro – 13º, 13 pontos

Segundo o presidente Dayvid Medeiros, o Rio Claro não conseguirá manter todo o elenco da Série A2. 17 jogadores ficaram sem contrato até maio e, por isso, o clube deve contar com atletas da base para terminar a competição.

São Bento – 9º, 18 pontos

O São Bento, que também disputará a Série C do Campeonato Brasileiro, assinou com a maioria dos jogadores para o ano todo e, por isso, não terá problemas contratuais durante a paralisação. O clube de Sorocaba rescindiu o contrato do zagueiro Flávio Boaventura, que teve atrito com a torcida, e quase perdeu o também zagueiro Douglas Assis, que não aceitou inicialmente a redução salarial proposta pelo time.

São Bernardo – 1º, 22 pontos

Líder da Série A2, o São Bernardo tem apenas três titulares com contrato até o fim do ano (Moisés Junior, Fernando Junior e Douglas Assis). O clube mantém contato com os jogadores cujos contratos se encerraram – o zagueiro Guilherme Mattis, inclusive, gravou vídeo para as mídias sociais do clube – mas ainda não divulgou nenhuma ação.

São Caetano – 7º, 18 pontos

O São Caetano teve a paralisação mais eventuosa dentre os 16 clubes. O Azulão desistiu de disputar o Campeonato Brasileiro Série D e voltou atrás no início de maio. Além disso, o clube renovou com os zagueiros Sandoval e Domingos, mas perdeu o também zagueiro Matheus Salustiano para a Ferroviária. A maioria do elenco tinha contrato até o fim do ano para disputar Paulista e Brasileiro.

Sertãozinho – 12º, 14 pontos

O Sertãozinho vive o maior impasse da Série A2. Até o início do mês, o Touro dos Canaviais devia os salários de março e abril e o direito de imagem a partir de fevereiro. O clube tentou um acordo coletivo com os jogadores, que não aceitaram a proposta e reivindicavam o valor integral.

Taubaté – 2º, 21 pontos

O Taubaté não tem nenhum jogador titular da Série A2 com contrato vigente. Até o início de maio, o Burro da Central buscava quitar os salários do elenco e aguardava uma definição da Federação Paulista para reformular o elenco. A intenção do clube era manter a maior parte do elenco conforme for possível.

Votuporanguense – 16º, 9 pontos

O Votuporanguense tomou a medida mais drástica de todos os clubes da Série A2. Com a receita reduzida a zero, o CAV optou por jogar apenas em 2021. A tendência é que o clube de Votuporanga seja rebaixado para a Série A3, sofrendo seu primeiro rebaixamento em dez anos de existência. Segundo o presidente Marcelo Stringari, o Votuporanguense não tem nenhum funcionário no momento.

XV de Piracicaba – 5º, 19 pontos

O XV de Piracicaba firmou contratos mais longos com vários jogadores e, aos poucos, tem acertado a renovação dos demais. Ao todo, o Nhô Quim já soma 11 renovações de contrato e, somando os atletas com contrato longo, manteve a maior parte do elenco que disputou a Série A2.