Francana deve ceder parte de sua sede para quitar dívida com a prefeitura

A direção da equipe se nega a dar detalhes sobre a negociação com poder público

* Texto escrito pelo nosso colunista Guilherme Faber, torcedor da Francana e jornalista dos sites Alto Astral, Yahoo e Terra

A Francana negocia a sua dívida de aproximadamente R$ 3 milhões com a prefeitura, ou seja, vai ceder a entrada da sua sede recreativa, o salão e as piscinas, ambos locais desativados para “saldar” esse débito. Uma fonte ligada ao clube disse com exclusividade para o Escanteio SP nessa quinta-feira (29). 

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“A questão da venda da sede está ‘andando’. Sai no ano de 2023. Aí se souber usar bem o dinheiro o clube, muda de patamar. A parte de documentos deve ficar pronta até o meio do ano de 2023”, disse essa fonte, que pediu a preservação da sua identidade em contato com a reportagem do Escanteio SP

É de se ressaltar que a Prefeitura de Franca (SP) é a principal credora da Veterana. Caso se concretize essa negociação, apenas a área do Estádio Coronel Nhô Chico vai permanecer com o time. De todo esse local do antigo clube esmeraldino, há apenas a utilização da quadra de tênis para aulas. Resta saber como fica a situação dos demais credores. 

Outro detalhe é que esse imóvel da Rua Simão Caleiro lida com muitos problemas de registro no cartório e um conselheiro cuida desse imbróglio há muitos anos. Essa “amarração” jurídica impede neste momento a venda dessa área por conta de partes do terreno, que haviam sido leiloadas. 

“Me parece que agora essa parte jurídica está sendo resolvida. Aí em 2023 isso vai estar resolvido para aí sim o terreno estar apto a ser vendido. Não que já tenha uma proposta, mas assim que juridicamente estiver apto a ser vendido pela localização e pelo tamanho vão ‘chover’ propostas. Seja de construtoras ou até como já se cogitou no passado com redes de supermercados”, afirmou. 

Tanto a equipe sub-23 quanto a sub-20 não utilizam mais esse local. Bastou o início da gestão de Rafael Diniz para Francana usufruir das dependências do time amador Rose’n Boys, cuja propriedade também é de Rafael e está situada no antigo clube da empresa de solados Amazonas. Outro espaço que a Francana realiza os seus treinamentos é no Estádio do Palmeiras Futebol Clube. 

Apenas as categorias de base do projeto “Pro Franca” cumprem com os seus treinamentos no campo do Nhô Chico. A área como um todo carece de reformas conforme foi fotografado pela equipe do Escanteio SP, que esteve nessa área. Os muros estão pichados, mal há vestiários e o estado do gramado prejudica o andamento de partida de futebol. 

Fachada do Estádio Coronel Nhô Chico - Foto: Guilherme Faber

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UNIÃO E TRANSPARÊNCIA? TRABALHO E COMPROMISSO COM VOCÊ?

Esses são os slogans das atuais administrações da Francana e da Prefeitura de Franca, respectivamente, que não refletem na prática. Procurada pelo Escanteio SP, a assessoria de imprensa da Veterana disse que foi feita uma auditoria pelo próprio presidente Diniz sobre a dívida da agremiação, mas que não transmite números.

“Estão em reuniões com prefeito, que estão em fase final. Já há uma avaliação do que é o Nhô Chico hoje para venda. Eles (diretores) não trabalham com números e estão procurando fazer o melhor. A Francana vai voltar a ser grande, mesmo com Wantuil Rodrigues (técnico) muitas coisas vão mudar”, trechos do comunicado. 

O departamento de comunicação da prefeitura de Franca se negou a dar qualquer comunicado sobre esse assunto e acrescentou por telefone que um clube associativo precisa estar adimplente com a instituição para que “caminhem” juntos no momentode formarem um time competitivo. 

HISTÓRIA 

Sem condição de receber jogo oficial de futebol, o Estádio Nhô Chico foi construído e chamado de “Bela Vista” em 16 de maio de 1920. Bela Vista recebeu os jogos de futebol e, também, de basquete nas décadas de 20, 30 e 40 com promoções de torneios locais e regionais com destaque para própria Francana, Club Athletico Rio Branco e Associação Atlética Chevrolet. 

Esse período ficou marcado pelas exibições dos jogadores esmeraldinos Tonho Rosa, Canhotinho, Luisinho Rosa, Eca, Tutti, Tidão, Zé Marcos, Hélio Rubens e companhia. Os ídolos corintianos Domingos da Guia, Cláudio, Baltazar e a lenda são-paulina Leônidas da Silva também marcaram presença no Bela Vista. 

Bastou a construção do Estádio Municipal Dr. José Lancha Filho no ano de 1969 para Francana mandar os seus jogos nesse lugar. Bela Vista também deu nome para Nhô Chico, homenagem ao Coronel Francisco Andrade Junqueira, cujo sujeito foi prefeito de Franca e benemérito por muitos anos. Aos poucos, o Nhô Chico ficou inviável até para um simples treino de futebol. 

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