Na próxima quarta-feira (16), o ex-goleiro da Ponte Preta, Mário Aranha, lançará seu primeiro livro desde que se aposentou. A obra, intitulada "Brasil Tumbeiro", é um livro infanto-juvenil com a proposta de explicar a história dos afrodescendentes no Brasil e conscientizar as próximas gerações a respeito da identidade racial.
O lançamento faz parte de uma ação da Ponte Preta para o Dia Nacional da Consciência Negra, celebrado dia 20 de novembro. Além da apresentação da obra, o clube também realizará uma série de homenagens e debates sobre a relação da equipe com o movimento negro.
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O site oficial da Macaca publicará reportagens contando histórias de lutas, vitórias e algumas das conquistas de atletas negros que vestiram o uniforme da Ponte. No dia 16, além do lançamento do livro de Aranha, que acontece às 19h, será realizada uma roda de conversa com jornalistas negros da região de Campinas, com tema: “A resistência da cultura negra: dos quilombos às comunidades”.
Participarão do bate-papo, com horário marcado para às 16h, o presidente do Conselho Deliberativo Tagino Alves dos Santos e a diretora Lucimara Ferreira, representando a Ponte Preta. Hidaiana Rosa (EPTV), Elias Aredes (Rádio Brasil), Israel Moreira (Rádio Jovem Pan News) e Maurício Camargo (Portal Esporte Multimídia e Web Rádio Macacada Reunida) são os jornalistas já confirmados. O evento será transmitido pela PonTV.
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Caso Aranha
Com mais de 209 jogos pela Ponte Preta, o goleiro Aranha teve veiculado na grande mídia dois casos de racismo contra ele. No primeiro, em 2005, o ex-jogador foi abordado e agredido por policiais militares, que confundiram ele com um assaltante. Somente na delegacia e com intervenção dos advogados do clube, Aranha foi solto e conseguiu prestar queixa contra os policiais. A denúncia não prosseguiu após desculpa dos militares.
O caso mais famoso de racismo contra ele aconteceu em 2014, quando atuava pelo Santos. Em confronto contra o Grêmio, pela Copa do Brasil, o ex-goleiro foi xingado de "macaco" por torcedores da equipe gaúcha, que também imitavam o som do animal. Após julgamento do STJD, o clube do Rio Grande do Sul foi excluído da Copa do Brasil daquele ano.
História da Ponte Preta contra o Racismo
Segundo clube mais antigo em atividade, a Ponte Preta foi a primeira equipe no Brasil a contar com um atleta negro em seu elenco. Miguel do Carmo, funcionário da Companhia Paulista de Estradas de Ferro, foi fundador da equipe campineira e atuou na posição de Centre-half, logo após a fundação do time, em 1900.
Atualmente, a Macaca se denomina como a 1ª Democracia Racial do Futebol Brasileiro. Inclusive, o mascote do clube foi adotado após as ofensas que seus atletas sofriam quando jogavam fora de Campinas.