Depois de um longo período ajudando o São Caetano, Saul Klein anunciou nesta quarta-feira, por meio de uma nota oficial, que não vai mais contribuir financeiramente com o Azulão, que vive situação complicada e deve vários meses de salários aos jogadores.
Saul Klein participou ativamente das principais campanhas do clube ao longo da história, como o título paulista de 2004 e os vice-campeonatos brasileiros de 2001 e 2002, além da Libertadores de 2002.
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Mesmo acionista majoritário da Ferroviária, Saul Klein seguiu ajudando o São Caetano nos últimos meses, conforme revelou o treinador Alexandre Gallo, que também deixou o clube. No título da Série A2 deste ano, o empresário chegou a estar no Anacleto Campanella comemorando a conquista.
Veja a nota divulgada por Saul Klein
Após mais de duas décadas participando da história do futebol do São Caetano, anuncio oficialmente minha retirada da agremiação que conquistou milhares de brasileiros no início deste século. Tomo uma decisão que é um último estágio de um afastamento ditado pelas circunstâncias.
Primeiro, deixei no ano passado de contribuir maciçamente como doador oficial em valores registrados na Receita Federal. E agora o faço também como renunciante ao posto de Presidente de Honra, cuja tarefa consistia na obtenção de recursos em forma de patrocínios para minimizar os efeitos da gestão supostamente empresarial exercida ao longo dos anos pelo acionista da organização.
Estas intervenções socorristas foram suficientes para assegurar estabilidade técnica nos gramados, a ponto de o clube ter conquistado duas competições, a Copa Paulista no final do ano passado e, recentemente, a Série A2 do Campeonato Paulista, elite do futebol estadual.
Resta a mim uma terceira parte da paixão pelo clube: a inesgotável condição de torcedor. As inconformidades alarmantes na gestão do São Caetano Futebol Limitada, alvos de processos judiciais, são objetivamente a razão de meu afastamento definitivo.
Mais que isso: me causaram tanto inconformismo, a ponto de não resistir à proposta de dirigir de forma efetivamente empresarial, agora longe da condição de mecenas, uma nova agremiação, no caso a Ferroviária de Araraquara, à qual me dedico com o entusiasmo de quem faz do futebol a extensão da própria vida.
Resta a esperança de que o São Caetano Futebol Limitada encontre um futuro próximo que restabeleça a ordem de nobreza histórica de grandes conquistas. Que os sempre anunciados novos dirigentes exercitem tal missão com sucesso. Este torcedor ficará muito feliz.