Crise financeira, salários atrasados, debandada de jogadores... a situação do São Caetano não é fácil. E, justamente por conta disso, neste sábado, o Azulão deu W.O diante do Marcílio Dias, em Itajaí-SC, pela 12ª rodada do Grupo 8 da Série D do Campeonato Brasileiro.
A delegação do clube do ABC paulista sequer viajou para o sul do país. A ação representa greve dos atletas do São Caetano, que não recebem salário há cerca de cinco meses.
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Os jogadores do Azulão já haviam ameaçado não entrar em campo anteriormente, diante do Pelotas, também pela Série D do Campeonato Brasileiro. No entanto, de última hora, a diretoria conseguiu reunir jovens atletas e evitar o W.O - a partida terminou em 9 a 0 para a equipe gaúcha.
O Marcílio Dias entrou normalmente em campo neste sábado, assim como os árbitros do confronto. No entanto, depois de 30 minutos sem aparição do São Caetano, o W.O foi protocolado e, portanto, o time da casa foi declarado vencedor pelo placar de 3 a 0.
Com isso, o time paulista segue na lanterna da chave, sem chances de classificação - seis pontos conquistados e campanha de uma vitória, três empates e oito derrotas. Já a equipe catarinense, por sua vez, soma agora 18 pontos e fica entre os líderes do Grupo 8.
Entenda a situação financeira do São Caetano
Campeão do Campeonato Paulista da Série A2, o São Caetano vive uma verdadeira crise desesperadora. O presidente Nairo Ferreira retornou ao clube após ‘expulsar’ investidores que estavam gerindo futebol. Ele alegou que novos investidores chegariam para quitar os vencimentos dos jogadores, mas nada foi anunciado oficialmente pelo clube.
A maioria dos jogadores do São Caetano não recebem há quase cinco meses, alguns deles, inclusive, nem embolsaram parte do 13º do ano passado. O Azulão não tem quitado a imobiliária onde aluga moradia aos atletas e ordens de despejo devem ser dadas.
Com uma dívida alta, uma folha de R$ 700 mil e custos mensais que superam R$ 1 milhão, o São Caetano tem suas contas bloqueadas e depende de investidores ou doações para sobreviver. As quantias vindas de negociações recentes estão bloqueadas por empréstimos bancários não quitados.
As cotas da Federação Paulista de Futebol (FPF) também não chegam ao São Caetano. Os R$ 280 mil da premiação do título da Série A2, por exemplo, está retida por conta de ações trabalhistas de credores. O clube, aliás, precisa negociar uma composição com os credores para receber a cota vinda da entidade para o Paulistão de 2021.
Uma saída para o São Caetano seria o retorno de Saul Klein, que investiu durante muito tempo no clube. No entanto, o empresário já deixou claro que irá concentrar seus esforços financeiros à Ferroviária, onde é acionista majoritário.