A situação do Barretos é delicadíssima. O clube deve salários desde janeiro, viu 22 atletas entrarem na Justiça com ações trabalhistas e pode ser rebaixado se o Campeonato Paulista da Série A3 for retomado, mesmo ocupando a 12ª colocação. Em entrevista à TV Canal 4 de Marília, Luis Eduardo Cortilazzi, gerente de futebol do Barretos, falou sobre o momento do clube, que teve uma série de mudanças recentes na presidência.
Em outubro do ano passado, Milton Aparecido da Silva, o Miltão, deixou o cargo após 35 anos por problemas de saúde – ele faleceu em março deste ano. Roberval Moraes da Silva, seu filho, assumiu o posto, mas pediu afastamento justamente em março por ‘problemas pessoais’. Atualmente, o Barretos é presidido por Raphael Dutra.
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“Desde o início, tivemos muita dificuldade, não só em relação à salários, mas com outras coisas também. As pessoas que assumiram o clube não estavam preparadas, e eu realmente não sei como será o futuro. Os jogadores encerraram o contrato, como a Federação pediu. Nós da comissão técnica e gerência estamos esperando um comunicado da presidência. Não temos mais contato, apenas com o jurídico, que pede para termos paciência”, revelou Cortilazzi.
“Não temos nenhum no jogador vinculado. Garanto que muitos jogadores que estavam na Série A3 não retornam, até porque impetraram uma ação trabalhista. 22 atletas no total (acionaram a Justiça). Recebemos 15 dias de janeiro e depois não tivemos mais salário. As pessoas que entraram tinham mais âmbito político do que atenção ao futebol”, acrescentou.
Ainda assim, Luis Eduardo Cortilazzi revelou que o Barretos chegou a dizer para veículos da cidade que estava prestes a firmar uma parceria para contratar um novo time, o que deixou atletas, comissão técnica e outros funcionários do clube irritados.
“Uma das últimas conversas que a gente teve, eles falaram que estavam fazendo uma parceria para trazer um novo time. A gente ficou até meio sem saber direito o que fazer. Os atletas entraram em contato com o sindicato. E o Mauro (Costa, diretor de relacionamento do sindicato) falou que o clube só poderia contratar novos atletas a partir do momento que os atletas que tinham o contrato em vigência fossem contactados, mas não tivessem um acerto com o clube”, disse.
“A Federação precisa ter muito cuidado com isso, porque ela pode beneficiar um clube que não está cumprindo com a lei e prejudicando vários pais de família. Uma das esperanças que temos é que realmente volte a competição, a lei seja estabelecida e o Barretos procure fazer um acordo”, finalizou.
Com 13 pontos conquistados e ocupando a 12ª colocação, o Barretos pode ser rebaixado se não formar um time para a o retorno da Série A3. A FPF segue firme na decisão de encerrar a competição dentro de campo.
Conforme noticiado pelo Globoesporte.com no mês passado, quando 20 atletas já tinham entrado na Justiça, a dívida do Barretos ultrapassa R$ 1,3 milhão, sendo cerca de R$ 250 mil em salários deste ano. O clube não tem direito a receber a cota vinda da FPF por conta de dívidas trabalhistas de gestões anteriores.